domingo, 15 de fevereiro de 2009

São Valentim





São Valentim ou o dia dos namorados comemora-se em Portugal e no mundo, no dia 14 de Fevereiro.







As cartas de amor de Fernando Pessoa a Ophélia fazem parte do nosso património cultural e literário, merecem por isso ser lembradas numa altura em que se comemora mais um dia dos namorados!





Início do namoro entre ambos… Fernando Pessoa e Ophélia Queiroz



«Ó, querida Ofélia! Meço mal os meus versos; careço de arte para medir os meus suspiros; mas amo-te em extremo. Oh! até do último extremo, acredita!»
Fiquei louco, fiquei tonto,Meus beijos foram sem conto,Apartei-a contra mim,Enlacei-a nos meus braços,Embriaguei-me de abraços,Fiquei louco e foi assim.
Dá-me beijos, dá-me tantosQue enleado em teus encantos,Preso nos abraços teus,Eu não sinta a própria alma, ave perdidaNo azul-amor dos teus céus.
Boquinha dos meus amores,Lindinha como as flores,Minha boneca que temBracinhos para enlaçar-meE tantos beijos p’ra dar-meQuantos eu lhes dou também.
Botão de rosa menina,Carinhosa, pequenina,Corpinho de tentação,Vem morar na minha vida,Dá em ti terna guaridaAo meu pobre coração.
Não descanso, não projecto,Nada certo e sempre inquietoQuando te não vejo, amor,Por te beijar e não beijo,Por não me encher o desejoMesmo o meu beijo maior.
Ai que tortura, que fogo,Se estou perto d’ela é logoUma névoa em meu olhar,Uma núvem em minha alma,Perdida de toda a calma,E eu sem a poder achar.

Fernando Pessoa



CARTA DE AMOR DE FERNANDO PESSOA A OFÉLIA


"9.10.1929

Terrível Bébé:

Gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha tambem. E é bonbom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o Bébé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguem gosta de mim, e tambem porque é que havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao principio, e parece-me que ainda lhe telephono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na bocca, com exactidão e gulodice e comer-lhe a bocca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu hombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e por que é que a Ophelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gaz e expressão geral de não estar alli mas na pia da casa ao lado, e exactamente, e enfim, e vou acabar porque estou doido, e estive sempre, e é de nascença, que é como quem diz desde que nasci, e eu gostava que a Bébé fosse uma boneca minha, e eu fazia como uma creança, despia-a e o papel acaba aqui mesmo, e isto parece impossível ser escrito por um ente humano, mas é escripto por mim. "

Fernando

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Charles Darwin nasceu há 200 anos


Charles Darwin nasceu há 200 anos em Inglaterra – 1809 e faleceu em 1882 e cedo se apaixonou pela Ciência Biológica.
Darwin iniciou os seus estudos em Medicina e Teologia, mas desenvolveu o seu conhecimento na área da Botânica, Entomologia e Geologia. Em 1831 participou de uma expedição científica que durou cinco anos. Durante esta volta ao mundo, Darwin fez observações várias, que lhe permitiram modificar teorias científicas da época.
Em 1842, retirou-se para uma casa no campo, para aí se dedicar ao estudo até à morte.

Darwin fez um estudo sobre a Origem das Espécies e desenvolveu a teoria da evolução dos seres vivos, onde refere que as espécies resultam umas das outras por evolução. Desta selecção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados, formulando, assim, a doutrina evolucionista.
Mais tarde, na obra A Origem do Homem, Darwin aprofunda a sua teoria sobre a descendência do homem e do macaco de um antepassado comum. Este livro traz-lhe alguns dissabores, pois por formular estas ideias é violentamente combatido por diversas correntes religiosas, que vêem no homem a imagem de Deus.
Estas ideias revolucionam as concepções biológicas da sua época.
A teoria da evolução das espécies, de Darwin, exerceu uma enorme influência na literatura da segunda metade do século XIX, pois nela se fundamenta o naturalismo literário.

C.C.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

PNL, RBE e a Revista Giggle - passatempo

O PNL, a RBE e a Revista Giggle - uma publicação mensal em formato digital - propõem o passatempo "Vamos Gigglar" com a participação, individual e/ou do grupo - turma, em três rubricas diferentes, nomeadamente: Repórter X; Giggle Opina e Clube do Livro:


* Repórter X - rubrica ideal para a participação do grupo - turma:

- reportagem sobre a localidade onde moram, sobre um museu ou um monumento, ou seja, um texto que leve as pessoas a irem visitar este local;

- entrevista ou artigo sobre uma personalidade conhecida que tenha contribuído para a história da terra onde vivem.

Tratando-se de uma reportagem ou entrevista propõe-se que o texto seja acompanhado de vídeo sobre o local ou sobre a personalidade abordados.

Nº máximo de caracteres para o texto: 2.850.




* Giggle Opina - rubrica ideal para a participação individual:

- artigo de opinião sobre um espectáculo, um museu, uma exposição, um filme, um cantor ou um grupo musical, um CD ou DVD, um jogo de computador ou playstation, um programa de TV, um restaurante, etc.

Estes textos podem ser acompanhados de fotografias sobre o assunto abordado.

Nº máximo de caracteres para o texto: 250


* Clube do Livro - rubrica ideal para a participação individual:

- artigo de opinião sobre um livro que tenham lido e cuja leitura recomendem.

Nº máximo de caracteres para o texto: 250 por livro.






Os quatro melhores trabalhos em cada uma das rubricas serão premiados e publicados a partir da revista de Junho (publicada no final do mês de Maio).

Os trabalhos devem ser enviados para o endereço biblioteca@giggle.pt até ao dia 3 de Maio de 2009.

A divulgação deste trabalho ficará a cargo da Coordenadora da Biblioteca Escolar

* Divulgar a revista junto dos alunos e professores da escola, nomeadamente, através de um cartaz que poderá ser colocado na Biblioteca Escolar ou noutro local com visibilidade. Este cartaz será facultado pela Direcção da Revista Giggle.

Este Passatempo visa:

* Promover a leitura da revista na Biblioteca da escola e incentivar os alunos a participar no passatempo.

* Assegurar a divulgação do passatempo "Vamos Gigglar?" na comunidade escolar, sobretudo junto dos professores que possam vir a acompanhar os alunos na realização dos seus trabalhos (por exemplo professores de Língua Portuguesa, de História, de TIC ou de Área de Projecto).

A Coordenadora do PNL
(Conceição Canelas)


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Maria Isabel Mendonça Soares na EBI


Esta escritora deslocar-se-á brevemente à nossa escola, para se encontrar com alunos do 1º e 2º ciclos, no âmbito do PNL.


A data deste encontro ainda não está confirmada, aguarda-se uma resposta da escritora para este período lectivo.


Cremos que será mais um encontro do agrado das nossas crianças e que daqui resulte mais um incentivo à leitura e à escrita deste público alvo.

António Torrado na EBI

Brevemente, mais precisamente a 4 de Março de 2009, quarta-feira, teremos o prazer de receber, carinhosamente, António Torrado, num encontro PNL, a decorrer na Biblioteca da nossa escola com os meninos do 6º Ano.

Deste encontro resultará uma conversa educativa-formativa, com o referido escritor, sobre a literatura infanto-juvenil, deste autor e não só, bem como algumas dicas para escrever um conto à sua maneira, aproveitando os ingredientes do autor e, ainda, a inspiração dos nossos alunos, numa combinação tão perfeita e ambiciosa quanto possível.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Almeida Garrett

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799 e morreu em Lisboa a 9 de Dezembro de 1854. Escritor e dramaturgo consagrado da época romântica do século XIX, a quem agradecemos o esforço na edificação do Teatro D. Maria II.

Garrett passou a adolescência na ilha Terceira, pois para lá teve de se deslocar com a famíla por causa das invasões francesas.

Em 1816, tendo regressado a Portugal, inscreveu-se na Universidade de Direito, em Coimbra, tendo sido aí que entrou em contacto com os ideais liberais, que lhe valeram de novo novas retiradas do país, um pouco mais tardeEm 1818, por lhe ser atribuída a alcu nha de "o bacorinho" começa a usar o apelido de Almeida Garrett, proveniente de uma avó sua, assim como toda a sua família.Participa activamente na revolução de 1820, de que parece ter tido conhecimento atempado, como parece provar a poesia As férias, escrita em 1819. Enquanto dirigente estudantil e orador defende o vintismo com ardor escrevendo um Hino Patriótico recitado no Teatro de São João.

Em 1821 conclui o curso em Coimbra, onde publica o poema libertino O Retrato de Vénus, que lhe vale ser acusado de materialista e ateu, assim como de «abuso da liberdade de imprensa», de que será absolvido em 1822. No fim do ano, em 11 de Novembro, casa com Luísa Midosi.

O golpe militar Vilafrancada, em 1823, acometido por D. Miguel, absolutista, põe fim à primeira experiência liberal em Portugal, e leva Garrett para o exílio. Estabelece-se em Março de 1824 no Havre, cidade portuária francesa na foz do Sena.

Tem uma vida de escrita (nomeadamente, na publicação d' O Português, diário político, literário e comercial) e política tão activa que vai ser preso, libertado, acabando por voltar ao exílio por motivos políticos.

Garrett conhece bem França, Inglaterra, Bélgica, Dinamarca, o que lhe confere mais conhecimento e maleabilidade cultural e política para continuar a intervir nestas vertentes, envolvendo-se, mais tarde, no Setembrismo, dando origem à sua carreira parlamentar. Em 28 de Setembro de 1836 é incumbido de apresentar uma proposta para o teatro nacional, o que faz propondo a organização de uma Inspecção-Geral dos Teatros, a edificação do Teatro D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática. Os anos de 1837 e 1838, são preenchidos nas discussões políticas que levarão à aprovação da Constituição de 1838, e na renovação do teatro nacional.


Em 20 de Dezembro é nomeado cronista-mor do Reino, organizando logo no princípio de 1839 um curso de leituras públicas de História. No ano seguinte, o curso versa a «história política, literária e científica de Portugal no século XVI».

Em 15 de Julho de 1841 ataca violentamente o ministro António José d'Ávila, num discurso a propósito da Lei da Décima, o que implica a sua passagem para a oposição, e o leva à demissão de todos os seus cargos públicos. Em 1842, opõe-se à restauração da Carta proclamada no Porto por Costa Cabral. Eleito deputado nas eleições para a nova Câmara dos Deputados cartistas, recusa qualquer nomeação para as comissões parlamentares, tal como toda a esquerda parlamentar. No ano seguinte, ataca violentamente o governo cabralista, que compara ao absolutista.

É neste ano de 1843 que começou a publicar, na Revista Universal Lisbonense, as Viagens na Minha Terra, descrevendo a viagem ao vale de Santarém começada em 17 de Julho.

Anteriormente, em 6 de Maio, tinha lido no Conservatório Nacional uma memória em que apresentou a peça de teatro Frei Luís de Sousa, fazendo a primeira leitura do drama.

Continuando a sua oposição ao Cabralismo, participa na Associação Eleitoral, dirigida por Sá da Bandeira, assim como nas eleições de 1845, onde foi um dos 15 membros da minoria da oposição na nova Câmara. Em 17 de Janeiro de 1846, proferiu um discurso em que considerava a minoria como representante da «grande nação dos oprimidos», pedido em 7 de Maio a demissão do governo, e em Junho a convocação de novas Cortes.

Com o despoletar da revolução da Maria da Fonte, e da Guerra Civil da Patuleia, Almeida Garrett que apoia o movimento, tem que passar a andar escondido, reaparecendo em Junho, com a assinatura da Convenção do Gramido.

Com a vitória cartista e o regresso de Costa Cabral ao governo, Almeida Garrett é afastado da vida política, até 1852. Em 1849, passa uma breve temporada em casa de Alexandre Herculano, na Ajuda. Em 1850, subscreve com mais de 50 outras personalidades um Protesto contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa, mais conhecida por «lei das rolhas». Costa Cabral nomeia-o, em Dezembro, para a comissão do monumento a D. Pedro IV.


Com o fim do Cabralismo e o começo da Regeneração, em 1851, Almeida Garrett é consagrado oficialmente. É nomeado sucessivamente para a redacção das instruções ao projecto da lei eleitoral, como plenipotenciário nas negociações com a Santa Sé, para a comissão de reforma da Academia das Ciências. Em 25 de Junho é agraciado com o título de Visconde, em duas vidas.


Morre devido a um cancro de origem hepática, tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.


C.C.